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Title: Português Europeu e Português de Angola: Uma análise morfossintáctica contrastiva do clítico “lhe” em “Kalú, as garinas e o esquema” de Boaventura Cardoso
Authors: FONG, LAI I (馮麗儀)
Department: Department of Portuguese
Faculty: Faculty of Arts and Humanities
Keywords: português de Angola (Angolan Portuguese)
português europeu (European Portuguese)
sistema de pronominalização (pronominalization system)
pronome clítico "lhe(s)" (pronome clitic "lhe(s)")
variedades de português (varieties of Portuguese)
Issue Date: 2016
Abstract: O português detém estatuto de língua oficial da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa). Contudo, em qualquer sistema linguístico, por mais variedades linguísticas que nele coabitem, é determinada uma linguagem padrão, designada por norma padrão, e que ganha o estatuto da língua "correcta". No caso de Angola, mesmo que o português seja a língua oficial e de escolaridade, o que predomina quotidianamente é o uso das línguas afro-nativas. Deste modo, é natural que o português sofra adaptações resultantes do seu contacto com as línguas nativas e que se reflectem nas suas particularidades lexicais, fonológicas e morfossintácticas. Portanto, questiona-se se a variante linguística de português falada em Angola (doravante, PANG) pode ser considerada "língua errada", como alguns defendem. Uma das particularidades do PANG é visível no seu sistema de pronominalização, que evidencia características distintas das do Português Europeu (doravante, PE) e do Português do Brasil (doravante, PB). O trabalho de Figueiredo & Oliveira (2013), o primeiro a fazer o cotejo do sistema pronominal de uma variedade do PANG (o português do Município do Libolo, doravante PLB), com base em dados orais colectados no âmbito do Projeto Libolo, atesta um uso morfossintáctico do clítico "lhe(s)" distinto do PE e do PB. Os autores defendem que se está perante uma situação de mudança linguística e reclamam o estatuto de variedade para o PANG. Nesse sentido, procurámos verificar se os usos orais do clítico "lhe(s)" ocorrem também no âmbito literário. Para tanto, analisámos as suas funções morfossintácticas no conto "Kalú, as garinas e o esquema" da obra O Fogo da Fala, de Boaventura Cardoso. Os nossos resultados apontam para achados idênticos aos de Figueiredo & Oliveira (2013), não havendo distinções nos usos de "lhe(s)" nos contextos de fala e de escrita literária. Como tal é lícita a pretensão de se atribuir o estatuto de variedade ao PANG.
Description: Portuguese is the official language of the CPLP (Community of Portuguese-Speaking Countries). However, as much as varieties coexist in all linguistic system, one of them is determined as the standard language, which is designated by standard norm and is granted the status of "correct" language. In the case of Angola, although Portuguese is the official and the instruction language at school, the African native languages are the prominent ones in people’s daily life. In this way, it is natural that Portuguese has been undergoing adaptations as a result of its contact with the native languages, which is reflected in its lexical, phonological and morphosyntactic features. Thus, it is controversial, as some people claim, whether the variant of the Portuguese spoken in Angola (hereinafter, PANG) should be considered as a “wrong” language. One of the distinctions of PANG is observed in its pronominalization system, which shows some differences from the European Portuguese (hereinafter, PE) and from the Brazilian Portuguese (hereinafter, PB). The work of Figueiredo & Oliveira (2013), a pioneer analysis on the pronominal system of one of the varieties of PANG (the Portuguese spoken in the Municipality of Libolo), which was carried out on the oral data collected for the Libolo Project, testifies a morphosyntactic use of the clitic “lhe(s)” distinct from PE and from PB. The authors suggest that Portuguese faced a linguistic change in Angola and strive for the status of variety to PANG. Therefore, we seek to verify whether the oral use of the clitic “lhe(s)” would also be proved in the literary domain. For this purpose, we analyzed its morphosyntactic functions in “Kalú, as garinas e o esquema”, one of the tales included in the book O Fogo da Fala by Boaventura Cardoso. Our results point out to the same findings as in Figueiredo & Oliveira (2013) studies, since there are no distinctions in the uses of the clitic “lhe(s)” in the oral and literary contexts. As a result, it is legitimate that we also follow the proposal of granting the status of variety to PANG.
Instructor: Dr. Figueiredo, Carlos Guimarães
Programme: A thesis submitted in partial fulfillment of the requirements for Honours Programme in Honours College at the University of Macau
URI: http://hdl.handle.net/10692.1/106
Appears in Collections:FAH OAPS 2016

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